Dono de ferro-velho tentou matar três pessoas antes de funcionários sumirem; saiba mais

Nove meses após o desaparecimento de dois funcionários em um ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador, o empresário Marcelo Batista foi preso nesta terça-feira (26) no mesmo estabelecimento. A prisão, no entanto, não está relacionada oficialmente às mortes das vítimas desaparecidas, mas à participação em tentativa de homicídio contra outras três pessoas.

Segundo a Polícia Civil, Marcelo e outros três homens, supostamente policiais, são suspeitos de tentar matar três vítimas após desconfiar que itens do ferro-velho estavam sendo furtados. O principal alvo seria um funcionário que teria contratado outras duas pessoas para transportar os materiais supostamente subtraídos. Durante o ataque, a tripla foi alvo de diversos disparos de arma de fogo, mas conseguiu pular do veículo em movimento e escapar, embora ferida. Marcelo Batista teria sido um dos autores dos tiros.

O episódio ocorreu em 3 de novembro de 2024, um dia antes do desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, de 25. Mesmo foragido, Marcelo continuava ameaçando as vítimas, incluindo em fevereiro deste ano, quando disse que plantaria informações falsas através de uma repórter para prejudicá-las, o que motivou o pedido de prisão preventiva.

Marcelo Batista estava submetido a medidas cautelares desde junho deste ano, quando se entregou à polícia após sete meses foragido. Ele passará por audiência de custódia na quarta-feira (27).

As investigações apontam que o empresário mantinha um esquema de tortura e violência no ferro-velho, suspeito de ser mandante das mortes de Adson e Priscila em 2016, e possivelmente envolvido no desaparecimento de Paulo Daniel e Matusalém. Os jovens haviam começado a trabalhar no estabelecimento três semanas antes de desaparecer e não tinham vínculo empregatício formal.

Em janeiro, pelo menos dois policiais militares foram presos por suposto envolvimento no desaparecimento e morte dos funcionários. Marcelo Batista responde a pelo menos nove processos na Justiça do Trabalho e outros 60 foram arquivados, envolvendo acusações de descumprimento de pagamento, assédio sexual e tortura no ferro-velho.

Fonte: Boca de Zero Nove

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