Durante o inverno, os tutores de cães enfrentam novos desafios, as dúvidas sobre o que é mito e o que é verdades e relação ao conforto térmico dos cães e sobre doenças que podem acometê-los nos dias frios. Além disso, é comum não sabe como identificar e evitar desconfortos durante as baixas temperaturas.
Para responder aos questionamentos mais comuns sobre o assunto, a reportagem do Acorda Cidade conversou com o médico veterinário Ian Temístocles que deu as dicas necessárias para cuidar do bem estar e saúde dos cachorros no frio.
Cachorros sentem frio?
Para iniciar, o veterinário respondeu a principal dúvida das pessoas: Os cachorros sentem frio? Ele esclarece que assim como nós, os animais sentem frio e podem sofrer não apenas com o desconforto térmico, mas também com resfriados.
“Os cães são animais homeotérmicos assim como nós. Então eles precisam manter a temperatura corporal constante. Quando a temperatura externa está mais baixa, a troca de calor desses animais acontece de forma mais rápida. E aí tende a sensação de frio acontecer neles, muitas vezes até a queda da temperatura corporal.”
O médico esclareceu durante entrevista ao Acorda Cidade, que fatores como idade do animal e tipo de pelo podem ser agravantes para a sensação de frio ser mais intensa.
“Animais idosos e filhotes, raças que tenham pelo curto, raças que são convalescentes, tendem a ser mais vulneráveis em temperaturas mais baixas.”
Os tutores precisam estar atentos às manifestações que o animal pode dar em situações de frio. Segundo ele as mudanças de comportamento vem de uma estrutura do cérebro chamada hipotálamo que faz a termorregulação do corpo. Quando a temperatura esfria a informação enviada ao hipotálamo é que será necessário utilizar mecanismos para melhorar a temperatura interna.
“O metabolismo do animal começa a aumentar, então o animal começa a ter tremores, começa a procurar ambientes os quais vai ser mais aconchegante, vai ser mais quente. E aí quando a gente percebe esse tipo de atitude, é que a gente entende que o animal está sentindo frio.”
Uma atitude comum que se popularizou bastante nos últimos tempos é colocar roupinhas tanto em cães quanto em gatos, o especialista alerta que as roupas podem sim auxiliar durante o inverno, porém o uso contínuo dessas peças não deve ser frequente.
“Nessas situações é sim indicado colocar uma roupinha. Contudo a gente precisa estar atento aos tecidos, sempre ali tecidos sintéticos, tecidos de algodão, e evitar que isso seja um uso constante. É importante que a roupinha seja usada em situações pontuais de frio. E evitar também roupas apertadas, as quais ficam ali apertando a axila ou a virilha, para evitar qualquer tipo de assadura ou feridas.”
Banho no frio pode fazer mal?
De acordo com Dr. Ian, a frequência de banho depende da raça do animal, mas no geral ele relata que para os cães o indicado está entre uma vez por mês ou uma vez a cada 15 dias. “A derme do animal é diferente da nossa, então precisa ter um período de recomposição adequado.”
Para os tutores de gato, ele esclarece que o banho não é tão indicado quanto para os cachorros, com excessão dos casos de patologias na pele.
“O gato é um animal extremamente limpo, a todo momento o gato está se limpando. Então assim de uma forma esporádica, em uma situação no qual o animal apresenta alguma dermatopatia a gente sugere sim um banho terapêutico, fora isso não é tão indicado.”
É verdade que os pets podem gripar?
Uma informação importante para os tutores é que assim como os humanos, os cães podem apresentar doenças respiratórias e resfriados. É preciso atentar-se a mudança de comportamento que pode indicar a manifestação de alguma comorbidade.
“Os resfriados leves, eles geralmente são autolimitantes, e a gente consegue ver uma sintomatologia mais tranquila, espirros discretos, secreção nasal e uma apatia também discreta.”, explica o veterinário.
Ele acrescenta que comorbidades mais graves também podem afetar os animais nesta época, como traqueobronquite infecciosa, rinite, pneumonia. Nesses casos o pet pode apresentar febre, dificuldade respiratória e apatia mais severa.
“Em situações mais graves, como bronquites, pneumonia, que envolve uma tosse persistente, às vezes a secreção vem purulenta, amarelada, esverdeada, febre, cansaço, dificuldade respiratória a gente precisa estar atento e sempre estar em contato com os veterinários de plantão para poder ter atenção especial em relação à saúde dos nossos pets.”
Outro fator de alerta durante o inverno é a redução da ingestão de líquidos, que precisa de maior estímulo. “Sempre manter a água limpa e fresca para o animal e estar atento se de fato ele está se hidratando, porque isso pode ser um indicativo de algum problema de saúde.”
Por fim, o veterinário acrescenta que observar sempre o comportamento dos animais é essencial para oferecer o cuidado necessário e preventivo com as mudanças de temperatura.
“A gente precisa conhecer e entender o comportamento dos nossos animais. Você percebe que o animal está apresentando tremor, buscando sempre lugares mais aconchegantes, a gente precisa estar atento e dar a eles esses locais. Não deixar as camas em lugares que tem rajadas de vento ou no sereno, colocar eles em locais que realmente sejam aquecidos para evitar qualquer tipo de problema.”
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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Fonte: Boca de Zero Nove